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ANÁLISE DO PLANEJAMENTO, GESTÃO E DESENVOLVIMENTO DO TURISMO NA REGIÃO DO LAGO CORUMBÁ (IV) EM GOIÁS

Atualizado: 25 de mar. de 2022

Os autores Amanda Alves Borges, Ivaneli Schreinert dos Santos, Edegar Luis Tomazzoni e Débora Cordeiro Braga realizaram pesquisa sobre "Gestão turística e potencialidade de desenvolvimento da região do Lago Corumbá IV, no Estado de Goiás", cujo artigo foi publicado na atual edição da Cenário – Revista Interdisciplinar em Turismo e Território, da Universidade de Brasília (UnB).

O Lago Corumbá IV está localizado na Região Centro-Oeste do Brasil e banha sete municípios do Estado de Goiás: Abadiânia, Alexânia, Luziânia, Silvânia, Novo Gama, Corumbá de Goiás e Santo Antônio do Descoberto. O Lago tem potencial turístico, entretanto, as áreas de suas margens não são adequadamente desenvolvidas para o turismo.

Dessa forma, o objetivo do artigo foi analisar a gestão turística da região do Lago Corumbá IV, com base na visão dos gestores do setor privado e gestores públicos locais. A metodologia é de abordagem qualitativa, a partir de pesquisa bibliográfica sobre o objeto de pesquisa. Os dados empíricos foram coletados por meio de entrevistas estruturadas, com posterior análise de conteúdo, utilizando o software Iramuteq®.

O estudo constatou que todos os gestores municipais entrevistados têm dificuldades na gestão turística, não havendo uma boa articulação entre os setores privado e público. Confirmou-se que não há uma gestão turística regional específica para a região do Lago Corumbá IV, nem mesmo há uma governança em prol de um desenvolvimento regional integrado, explicando-se assim o porquê de todos os problemas enfrentados.

Os gestores do setor privado se sentem sem apoio do poder público e o poder público não vê interesse por parte da gestão privada. Ambos julgam um ao outro pelos desafios e somente alguns dos entrevistados assumem a responsabilidade de suas falhas. É perceptível que os gestores não estão organizados para uma gestão participativa e para o desenvolvimento regional do turismo, visto que os instrumentos de gestão são pouco usados de forma adequada e, apesar de alguns gestores se sentirem interessados em fazer mudanças, ainda não há motivação suficiente para promover um trabalho conjunto que viabilize a superação dos desafios.

O objetivo específico de entender os desafios e as ações foi cumprido, as visões dos gestores dos setores privado e público dos municípios foram apresentadas por meio de quadros esquemáticos. As diferenças e as semelhanças desses dois grupos foram evidenciadas com a análise de conteúdo que revelaram que os entrevistados se mostraram bastante desanimados em relação aos desafios, mas, por outro lado, acreditam no potencial do Lago e apontaram possíveis ações para futuras melhorias.

A título de sugestão, propõe-se aos municípios que não possuem um Plano Municipal de Turismo, que o Lago Corumbá IV seja incluído no planejamento da atividade. Aos municípios que não possuem Inventário da Oferta Turística atualizado, recomenda-se que também seja realizado o Inventário. Além disso, é essencial que os municípios constem no Mapa do Turismo, pois assim a possibilidade de captar recursos destinados pelo Ministério do Turismo é maior.

Quanto à falta de recursos financeiros para o Lago, sugere-se que, se houvesse união dos municípios por meio de uma instância de governança, poderia ser solicitado parte dos royalties para o turismo. E quanto aos empreendedores turísticos do Lago, se eles se organizassem através de uma associação, teriam representatividade jurídica para conquistar benefícios na região. Devido à circunstância relacionada à pandemia da Covid-19 e pela falta de interesse de participação dos gestores do setor privado, não foi possível aprofundar o roteiro de entrevistas nesse setor, nem mesmo realizar as entrevistas de forma presencial.

Contudo, as videoconferências foram positivas e as entrevistas foram facilitadas sem a necessidade de deslocamento. Outra limitação foi a definição de um recorte do atual cenário, uma vez que os gestores do poder público mudam com maior constância e no ano de 2020 ocorreram as eleições municipais para a troca de prefeitos e vereadores.

Assim, opiniões e ações podem tomar outros rumos, caso a iniciativa privada e a comunidade em geral se mobilizem e cobrem ações para um outro modelo de desenvolvimento do turismo, com caráter regional e participativo. Propõe-se que, para pesquisas futuras, se faça um recorte maior do grupo do setor privado e com um roteiro mais aprofundado.

Um trabalho futuro também poderá focar as ações para as mudanças. É importante lembrar que pesquisas como essas conseguem identificar problemas e podem auxiliar e motivar mudanças benéficas para o desenvolvimento regional do turismo, demonstrando a importância do uso dos instrumentos de governança e de gestão.

Para acesso ao artigo, o link é: https://periodicos.unb.br/index.php/revistacenario/article/view/35793/30842


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